Adeptos do catolicismo e do candomblé se unem numa mesma data, numa mesma festa, numa mesma celebração para agradecer e louvar a São Roque, a Obaluaiê, a Omolu, a Caviungo, a Aynon, a Xapanã, a Sakpata. Todos eles podem ser chamados carinhosamente como “o velho”. São Divindades das religiões de matrizes africanas que estão ligadas a cura das enfermidades.
A forma de celebração dos católicos são as missas, cânticos e a procissão. Ao redor da igreja muitas barracas servindo comidas e bebidas são fixadas no local para continuar a festa que se estende para além das cerimônias religiosas.
Na frente da Igreja o povo do asè estão presentes fazendo o banho de pipoca.
Para alguns terreiros do povo de santo tem duas celebrações: uma na frente do santuário, onde são lavadas as escadarias e realizado o banho de pipoca consagradas com o objetivo de purificação e cura; e a festa nos terreiros.
No terreiro, para as pessoas da nação Jêje/Nagô, é feita a cerimônia do Olubajé, o banquete para o rei, onde é reverenciado Obaluaiê o rei da terra, Omolu o filho do Senhor, Xapanã o Deus da varíola, Sakpatá, o dono da terra.
Cada nação religiosa tem sua Divindade e sua forma específica de realizar o culto.
No catolicismo a data da celebração é fixa: 16 de agosto, porém o calendário da maioria dos terreiros ocupa o mês de agosto para realização da celebração, mas cada um com suas datas específicas.
É comum encontrar pelas ruas de Salvador adeptos das religiões de matriz africana com balaios de pipoca oferecendo o “banho de pipoca” e pedindo esmolas. O dinheiro arrecado é para fazer a festa para o santo de devoção. Essa é uma tradição ritualística que faz parte da devoção a Divindade.
E agora, saindo correndo para o Santuário ver a festa, orar e tomar o meu banho de pipoca.
Atotô! Meu Velho pelas bênçãos de cura na minha vida.
"Balaio de Pipoca" - foto de Edvaldo Passos /// Santuário: Foto de Kithi
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