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Caretas do Mingau, as mulheres na independência da Bahia


A tradição das Caretas do Mingau nasceu em Saubara no Recôncavo baiano, aproximadamente há 100 anos, como forma de celebrar a participação das mulheres no combate pela independência da Bahia.


Para além das lideranças hoje conhecidas, as mulheres desempenharam papéis estratégicos e sabiamente criaram táticas de guerra para ajudar os homens durante as batalhas. Uma delas servia para alimentar os combatentes que estavam em campo contra os portugueses. Afinal, um corpo sem a energia do alimento é incapaz de ter a força necessária a luta.


Conhecedoras da terra onde viviam e certas do imaginário masculino português que temiam o desconhecido mundo dos indígenas e dos africanos, as mulheres saiam em grupos, vestidas de branco, com os rostos encobertos, fazendo barulhos e carregando panelas com comidas para serem deixadas em lugares estratégicos para os homens que estavam no campo de batalha.


Fingindo ser assombração, além de passar pelos adversários a fim de alimentar os seus que estavam lutando, ainda afugentavam as tropas portuguesas da região.


Invisibilizadas pela história contada oficialmente e desempenhando funções que garantiam a manutenção física, espiritual e emocional dos homens, as mulheres desenvolveram e executaram planos operacionais criativamente elaborados para atender as demandas das diversas lutas travadas na Bahia. Planejamento responsável por oferecer condições para que o homem se fortalecesse e a operação de guerra fluísse de forma a ser vitoriosa.


Lembrar, através das tradições, as estratégias utilizadas pelas mulheres durante as batalhas é, antes de tudo, marcar a presença e a importância das mulheres paras as conquistas históricas.


Na madrugada do dia 2 de julho, às 3h, sai da porta da casa de Maria da Cruz, em Saubara, o cortejo das Caretas do Mingau. Um patrimônio imaterial vivo da participação das mulheres na independência da Bahia.

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