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Diáspora: Angolanos no Brasil votam para presidente pela primeira vez

Celebrar o direito à participação política através do voto é o estado de espírito dos angolanos que vivem no Brasil. Pela primeira vez vão votar para presidente do seu país. Um momento histórico e marcante para aqueles que deixaram Angola e vivem em outras paragens. Um ato de afirmação a democracia para um povo que viveu o estado de guerra civil até bem pouco tempo, 2002.


A votação acontece em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Ao todo são 1662 eleitores aptos a exercer a cidadania através do voto. Da cidade de Salvador, na Bahia, saíram na madrugada de hoje, mais de 47 pessoas em direção a Brasília, todos confiantes de que está sendo dado o primeiro passo para o fortalecimento da democracia.

Pedro Vuvu que mora em Salvador diz ser gratificante participar desse processo: "finalmente, de alguma forma, estou a contribuir para o meu país e acredito que muitos angolanos que estão na diáspora estão com o mesmo sentimento".


De São Paulo, a psicóloga angolana Fernanda Pascoal, do Coletivo de Mulheres Diásporas Africanas e do Centro de Convivência e Defesa da Mulher, nos conta que a votação na diáspora é importante, pois "quem for eleito terá que observar questões que estejam totalmente ligadas a própria questão da diáspora". Mesmo entendendo que algumas pessoas desacreditam do processo no momento atual, ela acredita que, se não de imediato, a votação na diáspora vai impactar nas decisões políticas em torno daqueles que estão vivendo fora do país.

O músico Paulo Matomina identificou, na fila para registro eleitoral, que haviam muitas pessoas com 50 anos de residência no Brasil, totalmente afastados dos movimentos de Angola, mas que neste momento se apresentou para votar. Este fato, para ele, "significa que as pessoas estão fazendo um movimento de se reencontrar". Dado que é reafirmado por Carlos Mandume, da Associação Angolana do Estado de São Paulo Palanca Negra.


Conforme Mandume, existem vários perfis de imigrantes que vivem no Brasil, dentre eles, os descendentes de portugueses que chegaram, com as idades entre 7 e 10 anos, no período do processo da libertação de Angola, 1975. Esses desconhecem totalmente o seu país de origem e tentam, através da Associação, de uma forma ou de outra, se aproximar da sua história. "Só que o processo eleitoral possibilitou que esses angolanos, de fato, pudessem ter essa conexão com Angola. E isso é maravilhoso".


Abaixo entrevista com Carlos Mandume na integra.

Para os angolanos, residentes no Brasil, esse momento é o início da caminhada, porém estão confiantes que a mudança aconteça de fato nos anos vindouros. O voto é o lugar onde é firmada a opinião daqueles que vivem na diáspora.


Texto baseado na produção de conteúdo feita pelos jornalistas Kithi & Ivan Quadros para a Girassol FM, rádio em operação na cidade de Luanda, Angola.

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